O boxe é um dos esportes mais antigos do mundo, remontando à época dos Jogos Pan-Helênicos (776 A.C.), as Olimpíadas realizadas quadrienalmente em Olímpia, Grécia.
Denominado em seus primórdios de pugilato, os seus lutadores usavam mãos envoltas em correias de couro e tinham os corpos inteiramente nus.
Os vencedores dos confrontos ganhavam uma coroa de oliveira e grande prestigio em toda Grécia antiga.
Com o declínio dos Jogos Pan-Helênicos, o pugilato viveu um período obscuro. Na Idade Média, pouco se conhece, mas no final da Idade Moderna, o pugilato, agora já conhecido por boxe, era praticado pelos homens mais valentes, das cidades européias e americanas, que se digladiavam mostrando sua coragem, força e resistência física, em troca de remuneração, a qual poderia ser em moeda corrente ou mercadoria, esta última forma era a mais comum.
Não existia número máximo de rounds, os lutadores utilizavam mãos nuas e os combates eram desprovidos de quaisquer regras. A violência era a tônica e a vitória era dada àquele que resistia em pé, enquanto seu adversário estava prostrado ao chão.
Entretanto, o nobre inglês Marques de Queensbury, entusiasta do boxe, resolveu dar-lhe determinadas regras tornando-o mais justo, equilibrado e menos violento. Esta é a razão do boxe ter a alcunha de Nobre Arte.
O uso de luvas, divisão de pesos e limitação de rounds foram criados, e então o boxe passou a ser considerado pelo mundo ocidental como um verdadeiro esporte.
A primeira luta legalizada de boxe profissional ocorreu em sete de fevereiro de 1882, nos Estados Unidos.
Em 1896, data dos primeiros Jogos Olímpicos do mundo moderno, o boxe foi incluído, tendo passado então a ser qualificado como Amador, surgindo assim o boxe amador, possuindo regras substancialmente diferentes daquelas do boxe profissional.
No Brasil, surgiu o interesse pelo boxe em 1918, quando alguns marinheiros franceses fizeram algumas exibições em São Paulo.
Estudiosos do boxe têm procurado, ao longo dos anos, inová-lo, tornando-o mais seguro para os seus praticantes, preservando a emoção que é peculiar tanto ao boxe amador quanto ao profissional.
CONQUISTAS BRASILEIRAS
Nos Jogos Olímpicos de Verão de 1968 Servílho de Oliveira tornou-se o primeiro e único brasileiro a conquistar uma medalha olímpica no boxe. Enfrentou e venceu Engin Yedgard da Turquia e Joe Destimo de Uganda, mas foi derrotado pelo mexicano Ricardo Delgado na semifinal, mesmo assim obteve a medalha de bronze, a 14a.medalha na história do país nas olimpíadas. Logo em seguida, já profissional, sagrou-se campeão brasileiro e sul-americano dos moscas. Este último foi conquistado no Guayaquil no Equador contra o pugilista local, Angel “Petiso” Sanchez por nocaute no 7o.assalto.


- No dia 22 de agosto de 1995, Adilson José Rodrigues, mais conhecido como Maguila, tornou-se o primeiro brasileiro campeão mundial peso pesado do boxe profissional. Maguila, 37 anos, derrotou por pontos o inglês Johnny Nelson, em Osasco, na Grande São Paulo.
- No dia 7 de agosto de 1999, com cartel de 20-0 (20 nocautes), Acelino “Popó” Freitas, tetracampeão mundial, conquistou seu primeiro título Mundial. A luta ocorreu na França contra o campeão, lutador do Cazaquistão, Anatoly Alexandrov, valendo o título Mundial Superpena da WBO.
- O baiano Pedro Lima derrubou um tabu de 44 anos nos Jogos Pan Americanos de 2007, no Rio de Janeiro. O meio-médio (até 69 kg) derrotou Demetrius Andrade, norte-americano de ascendência cabo-verdiana, e conquistou a primeira medalha de ouro para o boxe do país desde 1963. Desde os Jogos de São Paulo, há 44 anos, que o Brasil não conseguia uma medalha de ouro pan-americana na modalidade.
- Em 18 de setembro de 2010, Roseli Feitosa tornou-se a primeira brasileira a ganhar uma medalha de ouro no Campeonato Mundial de Boxe Amador, realizado em Bridgetown, Barbados. A brasileira superou na final Marina Volnova, do Casaquistão, por 12 pontos a 3, na categoria até 81 quilos. Em 2011, nos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara 2011, Roseli ficou com a medalha de bronze na categoria até 75 kg após ser derrotada pela dominicana Yenebier Guillén.
- Na mais emocionante final do Campeonato Mundial de Boxe Olímpico realizado em 08 de outubro de 2011, em Baku, no Azerbaijão, o brasileiro Everton Lopes venceu o ucraniano Denis Berinchyc por 26:23, e entrou para a história ao se tornar o primeiro brasileiro campeão mundial de boxe olímpico.
- No ano de estréia do boxe feminino nos Jogos Olímpicos, o Brasil conquistou medalha de bronze. Com o pódio, a baiana Adriana Araújo quebrou um jejum de 44 anos do boxe brasileiro sem medalha olímpica. Adriana foi derrotada na semifinal dos Jogos Olímpicos de Londres 2012 pela russa Sofya Ochigava, vice-campeã do mundo, por 17 a 11 na categoria leve (até 60kg).
- O pugilista brasileiro Yamaguchi Falcão Florentino conquistou no dia 10 de Agosto de 2012, a medalha de bronze na Olimpíada de Londres. Ele perdeu para o russo Egor Mekhontcev por 23 a 11, na semifinal do peso meio-pesado (até 81kg), e não conseguiu vaga na luta pelo ouro. Mesmo assim, assegurou presença no pódio, ao terminar a disputa com o terceiro lugar de sua categoria.
- Em 11 de Agosto de 2012, Esquiva Falcão consegue a maior conquista do boxe brasileiro: a medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Londres. Ele foi o primeiro brasileiro a disputar uma final olímpica de boxe, mas acabou perdendo para o japonês Ryota Murata por apenas um ponto (14 a 13). A luta, disputada ponto a ponto, foi definida apenas no último round, quando o pugilista brasileiro vencia por 1 ponto, mas foi penalizado por agarrar seu adversário e perdeu dois pontos. O resultado da luta foi muito criticado por todos, que julgaram injusta a penalização, o que levou o árbitro a desculpar-se dias depois, assumindo seu erro.
BOXE PROFISSIONAL X BOXE AMADOR
As regras do boxe amador (olímpico) são bem diferentes das que regem o boxe profissional. Enquanto entre os profissionais os combates têm de 4 a 12 rounds, entre os amadores a luta tem duração de, no máximo, três assaltos de três minutos cada, com intervalo de um minuto.
Além do número de rounds, existem ainda uma série de outras diferenças entre o boxe amador e o profissional. Os amadores, que precisam ter idade entre 17 e 34 anos, são obrigados a utilizar um protetor de cabeça – os profissionais não podem usá-lo. Mas a principal diferença está na marcação de pontos: no boxe amador, assim que os golpes são desferidos, os juízes atribuem pontos (àqueles que tocam o adversário) que são determinantes na declaração do vencedor, enquanto que no profissional, vence aquele que desfere golpes mais duros contra seu adversário, ganhando maior nota dos juízes.PUGILISTAS FAMOSOS
Entre tantos outros renomados pugilistas (profissionais e olímpicos), o “Hall da Fama do Boxe” contempla nomes como os de Rocky Marciano, Muhammad Ali, Jack Johnson, Sugar Ray Robinson, Jake LaMotta, Jersey Walcott, Joe Louis, Max Schmeling, Jack Dempsey, Larry Holmes, Joe Frazier, George Foreman, Sonny Liston, Ken Norton, Julio César Chávez, Lennox Lewis, Manny Pacquiao, Mike Tyson e Teófilo Stevenson.
Os pugilistas brasileiros que figuram em destaque são Éder Jofre, o “galinho de ouro”, Servílio de Oliveira, Adilson Maguila Rodrigues, Miguel de Oliveira, Acelino Freitas (Popó), David Laurêncio, Pedro Lima, Everton Lopes e Valdemir Pereira, o “Sertão”.
GOLPES
Jab – Golpe frontal com o punho que está à frente na guarda (no destro, a mão esquerda). Não é tão potente, mas é muito eficaz e rápido. É geralmente usado para afastar o oponente, para medir a distancia, ou como preparatório para outro golpe (ou contra-golpe).
Direto – Golpe frontal com o punho que está atrás na guarda (quem é destro luta com a mão canhota a frente e vice e versa, logo o direto é dado com a mão que se têm mais força). É um golpe muito rápido e forte. Esse golpe é útil para minar a defesa do oponente ou quando os boxeadores são muito próximos.
Cruzado – Golpe de curta distância, executado com um rápido movimento de braço da esquerda para a direita (ou vice-versa) em uma linha reta em direção ao rosto do oponente. O boxeador gira seu peso e seu ombro direito para frente para acrescentar potência ao golpe. É tão potente quanto o Direto.
Gancho – Golpe dado exclusivamente na linha de cintura de forma quase que frontal (com um pouco de inclinação de baixo para cima, pra gerar mais potência) e visa atingir o abdômen, estomâgo e plêxo do averssário, ou seja, dado sempre na parte da frente do corpo. Esse golpe pode ser desferido com qualquer uma das mãos.
Uppercut – É uma versão mais curta do golpe Gancho executado de baixo para cima de forma de alavanca em direção ao queixo do oponente. É dado entre outra ocasiões quando o adversário esta de forma a usar o bloqueio frontal (com as luvas a frente da cabeça), pois nesse caso diretos e cruzados seriam pouco suficiêntes, visto que parariam na defesa. O poder no uppercut vem das pernas e anca. Este pode ser um golpe de poder devastador porque, mesmo que não encontre exatamente o queixo do adversário, tende a erguê-lo para cima, e deste modo proporciona um desequilíbrio momentâneo e aumenta simultaneamente a zona de conexão dos golpes.
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